Professoras Cláudia Eliza e Elizângela

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Resenha


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS

RESENHADO POR: CLÁUDIA ELIZA DA SILVA

TURMA: A

Educação infantil e registro de práticas/Amanda Cristina Teagno Lopes _São Paulo:Cortez,2009._(Coleção docência em formação.Série educação infantil)

A autora Amanda Lopes, apresenta em seu livro uma reflexão sobre educadores e os registros de práticas na Educação Infantil, com o intuito de demonstrar o seu valor à sociedade e as políticas públicas. Trazendo para a discussão a educação como espaço de mudança, a valorização das crianças como produtoras de marcas, e de professores como observadores dessas marcas.

            Assim, com o desejo de contribuir para uma educação de boa qualidade, essas discussões são realizadas em quatro capítulos intitulados: Sobre o registro; Registro e memória e a memória do Registro; O Registro de práticas pedagógicas produzido por professores, e as considerações finais.

            No primeiro capitulo, busca-se a construção da concepção de registro através do diálogo com autores que tratam da temática. Autores como Zabalza(1984) que analisou a contribuição dos diários como pensamentos do professor, uma relação pessoal e profissional interlaçadas,  entendendo como “diálogo que o professor, através da leitura e da reflexão, trava consigo mesmo acerca da sua atuação na aula”(LOPES, p.95). E a contribuição de Cecilia Warschauer(1993,2001) com seus próprios registros, valorizando o papel do diálogo e da experiência em grupo para a construção da identidade.

A autora também conta com a colaboração de autoras como as pesquisadoras Júlia Oliveira-Formosinho e Ana Azevedo(2002), com suas experiências com registros, especialmente com os portifólios, ressaltando a falta de neutralidade no ato de registrar, o quanto essas práticas carregam a interpretação, as concepções e crenças de seu autor. Já Madalena Freire(1996), ampliar o diálogo com professores tornando público seus próprios registros, e colocando que registrar  significa “inquietar-se perante o observado”(LOPES, 2009, p.33). E o educador Paulo Freire(1993) que fala sobre o ato de escrever, considerando que a escrita começa com nossas experiências, nossas reflexões antes do acontecimento para só depois chegar ao papel. Registrar então seria a observação e leitura da realidade, mas uma leitura crítica do que nos é apresentado.

Nos seus escritos Lopes recupera a história da Educação Infantil em São Paulo e os registros de práticas dos professores. Registros que deixam transparecer a especificidade dessa criança, e o olhar direcionado do professor que servirão de elementos para a reflexão sobre a prática. Alguns desses registros foram publicados na Revista do Jardim de Infância (1896), que relatavam o trabalho do professor daquela época. Além disso, foram feitas analises nos boletins internos da Divisão de Educação, e também sobre os relatórios anuais dos parques infantis. A busca por esses documentos antigos resgatou as memórias que construíram a história da Educação Infantil e do Professor, muitas vezes marcada pela submissão dos que são encarregados a “pensar” a educação, desvalorizando os saberes docentes.

E também são apresentadas as formas de registro Vivenciadas pela própria autora em seu tempo de professora. Através de cadernos de registros diários, portifólios, exposições com fotos, possibilitando uma autoformação e a socialização com troca de experiência entre professores. Uma prática pedagógica influenciada pelas produções teóricas, documentos legais e políticas públicas da época.

E traz considerações sobre a escrita que vem sendo construída pelo professor, nessa relação de teoria e prática. E ressalta a importância de ser incorporado ao projeto político pedagógico, à cultura escolar, e de ter uma reflexão baseada nos saberes do professor, para que o mesmo possa atuar de forma critica. E ressalta: “[...] cuidemos para que o registro de práticas, aqui defendido como instrumento essencial ao oficio docente, não seja transformado em mais um discurso vazio[...]”(LOPES, 2009,p.170).

Considero que a autora traz contribuições com a sua pesquisa, valorizando os escritos dos professores, as memórias de sua prática e a reflexão sobre elas, despertando nos professores o quanto a sua vivência contribui para a melhoria do ensino.

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